domingo, 24 de janeiro de 2010

terceiro texto

Combinado


Se me tiras a humanidade
Não esperes que eu atenda o teu aviso
De proibido entrar.

Não atenderei também a tua lei.

Não respeitarei teus deuses,
Teus pertences.


Se me tratas como animal
Espera a besta incontida
a faiscar nos meus olhos.

Espera a orgia dos meus desejos a saltarem
Ora despregados dos freios da razão.
Espera a minha indiferença a tua dor.


Se me queres alijado das todas
tuas terras.
Sem nada estou ao vento
E não respeitarei fronteiras.

Sem nada-tenho tudo.
Sem nada-posso livrar-me da minha vida e
Da tua também.


Se me tiras a dignidade
Estarei indignado contigo.
Serei indigno com tuas coisas.

Herói de mim para mim.


Se me desqualificas
Posso tudo ao meu critério.
Terei tudo ao meu prazer
Desqualificarei teu poder de qualificar.


Se me tiras a honra,
Desonrado, posso te tomar à força.
Sorrateiramente rirei do teu julgamento.


Se me tiras a comida
Morrerei mas posso bem
Matar-te antes e gozar um pouco mais.

Enfraquecerei
Mas usarei meus restos para tirar-te tudo.
Ficarei esgotado mas a alucinação da fome
far-me-á pregador da tua destruição.
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