domingo, 28 de março de 2010

Texto Vigésimo Primeiro

COM TODAS AS LETRAS


Teu trabalho é inútil.
Não serve ao estômago
À boca
Ao intelecto
À alma.

Teu esforço não serve
Para nada
(senão para que te deixem viver miseravelmente)

querem-te para o serviço idiota
Que não aproveita à vida
Ao sexo
Ao amor.

Inzoneiro,finges sério labor,
Elencas razões essenciais
Para um fazer estúpido.


Melhor se fizesses cócegas aos cães,
Receberias fidelidade e lambidas.

Sísifo e burro acreditas na dignidade do esforço
Sempre pago a menor.Sempre!
Por quê trabalhas?

Ganhas muito,
para a imbecilidade que fazes.

Laboras,qualquer coisa e mal
Por tempo determinado e igual.

Ocupado com nada
Esperas que te paguem,
Recompensem
Reconheçam.

Para quê trabalhas?

Mentem quando te falam
da dignidade do trabalho.
Melhor que tomasses a comida do outro.

Serias mais respeitado como inimigo!
Defrontar-te-ias com a força do outro:
Repartem ou morrem.

Vives dando da tua força e
Do teu suor aos que nem pedem.Compram
a tua ignorância e estupidez.Bobo,
esperas que tenham por ti a compaixão dos bem fornidos.

Eles não repartirão.


Eles não podem ser condescendentes
com pobres de espírito.
Não és sequer uma ameaça às necessidades deles.

É comum que chores
Como uma cria abandonada,
Com olhos de esperança na bondade deles!
Sê bom para ti mesmo,
Ou repartem ou morrem!

domingo, 14 de março de 2010

Vigésimo Texto

Amores

Algumas ternuras melhores,
deixam restos indeléveis.
O que se quer é o bom,
o que permite sorrir no escuro.

Lamber quem se quer é bom.
Dar-lhe ares de perfeição é idiotice.
Podemos nos enrolar com o amor,
Mas quem sabe onde ele está?

A ternura é melhor que o amor,e quem não sabe?
A amizade é melhor que o amor,mas que fazer?
Esmagados meus sentidos desejam,
O que o outro não pode dar.

Os anjos devem rir dos que amam.
Mas eles devem ser invejosos!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Décimo Nono

Você fica pequeno quando tem medo

Então, porque é que você tem medo
das bichas
das lésbicas
dos aleijados
dos travestis
dos diferentes?

O que há em você
que goza indiferente
que sofre pelo avesso
a dor do outro?

Por quais frinchas você contempla o mundo?
Quem lhe ensinou isso? Que cérebro ruim é esse seu
que não corrige as bobagens aprendidas,
não corrige o mundo?

Estranhos desejos fazem volutas por sua cabeça tonta.
Sofrimentos de antolhos.
Como é possível ser feliz assim?
Como é possível ser?
Como é possível assim?
Um resto de animal comandando
Uma inteligência cibernética.
Aleijão afetivo!